Resenha Super Mario Bros. O Filme

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Publicado em: 18 de abril de 2023

Super Mario: O filme tinha a difícil missão de transformar em algo conexo uma história e elementos que nos games nunca tiveram um grande background, como seu próprio criador já disse em várias entrevistas, o jogo era um recorte de coisas e ideias que eles foram tendo e inserindo sem uma grande ordem entre eles. Com isso o filme escolhe ser um grande épico de fantasia, que tenta estabelecer e conectar todos os elementos e personagens.

E essa escolha pode dividir parte do público pois não temos uma história super leve, mas com alguns tons pesados que passam por tortura, sacrifício humano e violência, para dar essa dramaticidade, em meio a claro, outros tantos momentos de diversão, aventura e fofurices.

Além disso, vai estabelecer coisas que não estavam claras nos jogos tipo; como o Mário e seu irmão encanador foram parar naquele universo, porque eles utilizam aquele tipo de roupa, qual a ligação entre o Donkey Kong e a princesa Peach. E acredito que conseguem fazer isso de maneira muito competente.

O responsável por costurar isso é o roteirista Matthew Fogel que também escreveu o filme da Aventura Lego 2, e isso fica meio evidente pois Super Mário tem muito da estrutura do filme de sucesso da Lego, em sua velocidade da ação, inserções de várias referências de outros lugares e múltiplos cenários.

Fiquei em dúvida do posicionamento da Disney com a utilização do cachorro do Up no filme e de falas de O Rei Leão, mas isso é assunto para o departamento jurídico da Ilumination e da Universal.

A estética da animação e dos elementos é um dos grandes pontos altos da animação, recriando cenários e visuais de forma muito bonita, e nos maravilhando da mesma forma que Mário fica ao ter contato com eles. No começo do filme, por exemplo, há uma brincadeira de câmeras que trás a estética dos jogos 2D em que íamos andando apenas para a direita, sem jamais deslocarmos em profundidade, pelas limitações técnicas da época e aqui estabelecido por uma escolha narrativa e de direção da cena, e é demais.

Outra escolha acertada é de termos a peach como aliada do Mário sendo o Luigi o personagem a ser salvo, já que ela sempre foi mais destemida do que o medroso irmão.

Se o roteiro estabelece bem as premissas e o pano de fundo da história, em determinado momento ele parece não saber muito como preencher o meio que levará a conclusão, ficando uma correria louca entre uma ação e outra, mas com pouco a se desenvolver na história.

O mesmo ocorre com a trilha sonora que se utiliza muito bem da excelente trilha dos jogos, trazendo notas em elementos chave, mas que em outros faz a inserção de músicas dos anos 80-90 de forma não organica, não conversando muito com a história e parecendo ser apenas uma decisão de recriar algo de sucesso em outras produções.

Super Mário: O filme diverte, estabelece um universo com os elementos do jogo que vai aproximar ainda mais o público, trás a nostalgia para os mais velhos presente na sessão em uma história que vai encantar os menores em uma história que tenta ser grande mas acaba se apequenando no caminho, mas sem jamais deixar de empolgar.

Nota 3,5/5

 

El é administrador, já publicou um ebook, mas gosta mesmo é de HQ, cultura pop e filosofar sobre o que vê, lê e joga.